quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Normal ou Natural?


 http://www.meionorte.com/imagens/COL483O-Messias-brasileiro-se-chama-Educacao.JPG

Oi seres humanos!
Aqui é a Jheini. Hoje vou postar uma experiência minha pra vocês refletirem um pouco. Até por que nem todo mundo tem o dever de pensar igual, não é?!

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Normal ou natural?

Quando eu estava no ensino fundamental conheci um professor que marcou muito a minha vida. Ele me deu aula de uma certa matéria da 4º até a 7º série, sendo que na 6º eu mudei de turma pra não ter mais aula com ele... Mas o infeliz mudou também.
  O motivo de todo esse “perrengue” é simples, ele não queria ensinar. Aliás, ele tinha um pouco de raiva quando um aluno aprendia. Quando eu gabaritava as provas dele era natural eu ouvir um pouco de ironia na sua voz. Porém em um dia especial na 7º série ele chegou na sala de aula com o “santo baixado”, jogou a matéria no quadro e simplesmente disse que era pra nós explicarmos. Fiquei pasma!
  Como pode alguém que se intitula professor fazer uma coisa dessas?
Lógico que eu, a aluninha querida (ironia ta gente, ele me odeia), fui reclamar, e disse que ninguém da turma sabia aquele conteúdo. Sabe o que ele me disse? Que então todos na turma eram BURROS (isso mesmo) por não saber, por que é normal que qualquer um com o mínimo de inteligência saberia entender sem explicações. Eu disse pra ele algo que me fez pensar muito hoje: “Não é normal não professor, é natural que saibam, mas não é normal!”
 Você conseguiu acompanhar o meu raciocínio? Eu quis dizer que não existe “normal” mas sim “natural”, afinal, é natural que um aluno aprenda que 1+1 = 2 contando nos dedos, mas pode ter um que só aprenda se nós explicarmos contando com maças, logo, não é normal e sim natural.
  Hoje ao refletir mais sobre isso, notei que essa “teoria” deve fazer moradia perpétua na cabeça de um professor. Pelo simples fato de que vamos lidar com mentes criadas nos mais diversos meios, portanto será normal que aprendam de jeitos diferentes. O que parece óbvio pra nós, pode não ser tão óbvio pro outro, e no fundo o que vale é que o outro aprenda. Se chegarmos na sala de aula certos que será “normal” que o conteúdo seja de fácil aprendizagem  ficaremos frustrados com qualquer dúvida boba que possa surgir, e isso é tão terrível pra gente como é pro aluno.
  Por isso que digo pra vocês, exercitem o natural. Eliminem de vez essa história de normal, pois na aprendizagem isso não existe. Insistir nisso é apenas adiantar uma possível carreira frustrada e alunos traumatizados (como eu) ou sem o real conhecimento que você foi contratado pra proporcionar.

Bom, por hoje era isso.
Beijos pessoas!
Até a próxima!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Émile Durkheim - O criador da sociologia da educação

Foto: Bettmann/CORBIS
Em cada aluno há dois seres inseparáveis, porém distintos. Um deles seria o que o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917) chamou de individual. Tal porção do sujeito – o jovem bruto –, segundo ele, é formada pelos estados mentais de cada pessoa. O desenvolvimento dessa metade do homem foi a principal função da educação até o século 19. Principalmente por meio da psicologia, entendida então como a ciência do indivíduo, os professores tentavam construir nos estudantes os valores e a moral. A caracterização do segundo ser foi o que deu projeção a Durkheim. "Ele ampliou o foco conhecido até então, considerando e estimulando também o que concebeu como o outro lado dos alunos, algo formado por um sistema de idéias que exprimem, dentro das pessoas, a sociedade de que fazem parte", explica Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas.

Dessa forma, Durkheim acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Para ele, "a educação é uma socialização da jovem geração pela geração adulta". E quanto mais eficiente for o processo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que a escola esteja inserida.

Nessa concepção durkheimiana – também chamada de funcionalista –, as consciências individuais são formadas pela sociedade. Ela é oposta ao idealismo, de acordo com o qual a sociedade é moldada pelo "espírito" ou pela consciência humana. "A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios – sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento – que baliza a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela", escreveu Durkheim.

Essa teoria, além de caracterizar a educação como um bem social, a relacionou pela primeira vez às normas sociais e à cultura local, diminuindo o valor que as capacidades individuais têm na constituição de um desenvolvimento coletivo. "Todo o passado da humanidade contribuiu para fazer o conjunto de máximas que dirigem os diferentes modelos de educação, cada uma com as características que lhe são próprias. As sociedades cristãs da Idade Média, por exemplo, não teriam sobrevivido se tivessem dado ao pensamento racional o lugar que lhe é dado atualmente", exemplificou o pensador.



Durkheim e a educação: padrão social
Sala de aula
 na França: adultos como responsáveis pela socialização dos jovens. 
Foto:  Bert Hardy/Getty Images
Sala de aula na França: adultos como
responsáveis pela socialização dos jovens.
Foto: Bert Hardy/Getty Images
A elaboração, adoção e socialização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) foi uma grande conquista para a educação brasileira. Houve padronização na indicação dos conteúdos curriculares e uma clara demonstração do que o governo espera dos jovens que deixarão os bancos escolares nos próximos anos. Para o professor Dermeval Saviani, da Unicamp, esse fato tem certa relação com as concepções de Durkheim. "Os currículos são sugeridos para todos. Esses documentos mostram as necessidades da sociedade. Agora, cabe aos estabelecimentos de ensino pegar essas indicações e moldá-las aos estudantes", explica. "A idéia de fundo é colocar as pessoas certas nos lugares certos, onde a comunidade precisa", diz.


Fonte:
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  De que maneira nós, como futuros professores, poderemos utilizar os PCN's no ensino da ciência sem "moldar" os nossos alunos? De que maneira iremos seguir um "padrão" sendo tão revolucionários como deseja o nosso coração?
  Ora meus caros! Ser professor é mais difícil do que imaginamos. Ter que conciliar tarefas incombináveis será parte da nossa rotina. Lembrando sempre: Estamos formando seres humanos!
  Quer tarefa mais divina que essa?